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6 meses em 6 revelações



Pra quem não era fã de listas, eu me rendo à possibilidade de rever meus preconceitos e experimentar novas perspectivas. Abaixo tento reunir alguns do hábitos e revelações que tem se feito muito presentes pra mim nos últimos meses. Espero que faça sentido e que sirva de convite para mantermos esse espaço sempre aberto ao diálogo e a reflexão.


BEBER ÁGUA: Essa recomendação esta longe de ser uma surpresa, mas foi apenas nos últimos meses que finalmente consegui incorporar esse habito. Depois de acompanhar uma palestra da neurocientista, Dra. Sara Twart, aprendi que o consumo adequado de água não esta somente relacionado ao bom funcionamento do corpo, mas também da mente. De acordo com ela, as diversas funcionalidades do cérebro funcionam melhor quando estamos hidratados, impactando no aumento da atenção, da capacidade de memorização e da agilidade de raciocínio. Desde que me habituei a andar com uma garrafinha de agua, notei uma melhora significativa nas minhas habilidades cognitivas, além dos impactos na minha pele e no meu peso. Na minha experiência, durante as duas primeiras semanas o corpo ainda estava se habituando e por conta disso acabei indo mais ao banheiro. Depois disso, tudo melhorou!


QUESTIONAR O QUE VOCÊ JÁ ACREDITA SABER: Desde que cheguei aqui, fui observando lentamente algumas das minhas presunções serem delicadamente desconstruídas, especialmente no que se refere aos temas que mais aprecio. Quanto mais eu acredito dominar um determinado assunto, maiores são as descobertas e os contrapontos que encontro sobre ele. Confesso que no começo foi um tanto desconfortável, afinal, quem sou eu se as minhas mais profundas crenças são desafiadas? Acabei concluindo que eu continuo sendo. Sendo um apanhado de conhecimento, experiências e influências que se combinam e seguem se nutrindo e se transformando, especialmente a partir da interação com outras ideias. Foi a partir desse exercício de questionamento contínuo e sincero, que eu pude acessar novas perspectivas e apurar o que acreditava já saber. Desse hábito tirei duas importantes lições: (i) me convencer de que eu nunca vou saber demais sobre determinado assunto. Sempre haverá mais espaço pra aprender e pra rever; e (ii) desconfiar de quem não se permite questionar, nem dialogar, nem desconstruir.


APRENDER UMA COISA NOVA TODO DIA: No inicio do ano me comprometi com um mês sem acessar o facebook, na tentativa de identificar se haveria alguma alteração na forma como eu lido com as minhas emoções, as minhas tarefas e realizações. Conclui que durante esse período eu me tornei significativamente menos ansiosa e mais produtiva. Em substituição aos minutos (ou horas) recuperados fora da rede social, avancei bastante nas minhas leituras e passei a organizar meu tempo melhor. Passei também a direcionar minha atenção e capacidade de absorção aos pequenos – as vezes grandes – aprendizados diários, em vez das atualizações sem muita relevância (reconheço que as redes sociais, quando usadas com equilíbrio, também podem contribuir com o acesso a informações interessantes). Além disso, durante os momentos de deslocamento (transporte público) eu passei a ouvir podcasts (por recomendação de uma amiga querida) e estou adorando a facilidade e variedade dessa ferramenta. Quanto mais aprendo, mais reconheço o limite do meu conhecimento e aprecio nos outros o conhecimento que eles têm a compartilhar. Ao final do post, incluo a indicação de livros e podcasts que estou lendo/ouvindo no momento e te convido a aproveitar os comentários para deixar suas dicas e recomendações!


NÃO SUBESTIMAR NINGUÉM, NUNCA, EM NENHUMA HIPÓTESE: Não é segredo que vivemos em meio a uma cultura individualista, competitiva e guiada por métricas superficiais. Esse ambiente permite que façamos análises rasas e às vezes pouco realistas de algumas pessoas com quem cruzamos o caminho. Um erro grave. De antemão, nunca sabemos o que podemos significar pro outro e o que outro pode significar pra gente. E entre frustrações e expectativas não atendidas, também é possível encontrar um tanto de surpresas boas, que costumam surgir de onde menos se espera. Ao subestimar alguém por qualquer razão, bloqueamos todas as possibilidades de colaboração, compartilhamento e, principalmente, aprendizagem. É por meio da sincera interação com outro, qualquer que o seja, que aprendemos, evoluímos e nos fortalecemos.


NÃO PERDER A CAPACIDADE DE SE INDIGNAR: Como ativista e defensora dos direitos humanos, já tive a oportunidade de vivenciar realidades extremas e acessar histórias inacreditáveis. Nada que não seja veiculado diariamente nos jornais e nas redes sociais. Não é raro passarmos batido por essas notícias, afinal todo dia morre alguém de bala perdida, um jovem negro é preso injustamente, uma mulher é estuprada e refugiados naufragam em alguma parte do mundo. É muita coisa pra se preocupar e nos permitimos relevar a importância do direito à vida – e à dignidade – de quem não tem rosto pra nós. Quando isso acontece, é sinal de que endurecemos demais e perdemos a habilidade de reconhecer na experiência do outro uma possibilidade que também existe pra nós. Não perder a capacidade de se indignar é condição essencial para avaliar se somos parte do problema ou da solução.


NÃO PERDER A CAPACIDADE DE SE MARAVILHAR: Como é fácil e transformador apreciar o que parece não ter relevância. Estamos mergulhados em um mar de exposição pessoal, grandiosidade e superficialidade, que só nos habilita ao maravilhamento se for algo desejável e admirável. Será? O dia a dia da maioria de nós é costurado com fatos comuns e atos singelos, mas que podem representar muito se enxergados com cuidado. Se fazer inteiramente presente nos permite descobrir e apreciar a beleza do simples e inesperado. Nos conduz a um sentimento de profundo agradecimento pelo ser e estar. Pelo viver. Não perder a capacidade de se maravilhar nos dá a chance de reconhecer o valor do que já temos, agradecer o que nos é ofertado – mesmo nas sutilezas – e rever a forma como estamos retribuindo ao mundo por isso.

Dicas de Livros e Podcasts (alguns estão em inglês e peço desculpas por não ter encontrado as respectivas traduções):


Últimos Livros lidos/comprados: – O genocídio do Negro Brasileiro, Abdias Nascimento – Pedagogia do Oprimido, Paulo Freire – When, The Scientific Secrets of Perfect Timing – Rise Up Women! The ramarkable lives of the Suffragetes, Diane Atkison


Podcasts (como comecei a usar agora, vou adorar receber sugestões): – TedTalks Daily – Note to Self – Stuff you missed in History Class – Super Soul Conversations – Woman’s Hour


Faz sentido pra você? Se você tiver recomendações e reflexões, fique à vontade para compartilhar nos comentários! Obrigada!


Gabi

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