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A Consciência ainda ganha do Medo!



Tenho sofrido muito quando vejo os outros fazendo coisas que não respeitam as pessoas, nem a natureza. Me refiro a pequenos atos do dia-a-dia como arrumar briga com alguém por quase nada, falar da vida dos outros, não querer aprender nada, achar que sabe tudo, deixar a luz acesa, usar muita água pra nada e desperdiçar comida.


Dentre os meus pedidos do réveillon passado, estavam ver apenas a bondade dos outros, sem julgar e abstrair qualquer energia negativa. A verdade é que falhei nesses desejos comigo mesmo e esse relato é sobre como pretendo cumpri-los nesse próximo ano.


A primeira reflexão é quem sou eu pra saber o que é certo ou errado? Essa pergunta permeia a complexidade, mas acredito profundamente que por sermos seres racionais, compreender essa distinção é um instinto nosso. É precisamente esse o dom da Consciência.


Obviamente corrupção é errado, ajudar um cego a atravessar é rua é certo, agredir alguém fisicamente é errado e salvar uma criança prestes a se afogar é certo. Outros atos já abrem uma discussão, como comprar um DVD pirata, dirigir no acostamento, fumar maconha, comer Mcdonalds e deixar de pagar a empregada que faltou pelo filho doente.


Segundo o meu melhor amigo de cabeceira, o Aurélio, alguns significados de Consciência são: noção; senso de responsabilidade; julgamentos morais dos atos realizados; e verdade.


Com essas palavras dá pra sentir a importância de termos Consciência dos nossos atos. Mas como poderíamos acreditar que somos capazes de saber o certo ou errado se existem tantas coisas erradas acontecendo hoje, ano 2016, em razão direta da nossa própria irresponsabilidade (humana)?


É, não faz sentido, somos espertos, temos até inteligência emocional, já inventamos vacinas pra tantas doenças, o telefone celular, o avião e a bomba atômica. Mas mesmo com toda essa evolução ainda dormimos e acordamos cientes de que tem tanta gente nesse presente momento passando fome, morrendo porque não tem um médico ao seu dispor e sofrendo as consequências de guerras armadas financiadas por alguém.


Amor ou Medo?

Como muito bem aprendi na simplicidade da minha amiga Maria em Luanda, Angola, “o que falta no mundo é amor”. Parece uma conclusão tão ingênua, mas além de ter me impactado profundamente ao escutá-la com seu olhar puro e sereno, isso tomou ainda mais coerência pra mim quando entendi que o que mais nos afasta de viver praticando o amor é o seu vilão, o Medo.


O medo nos desestabiliza, sacrifica nossos valores, confunde nossos princípios, desaparece com a harmonia, o discernimento, a autoestima e o mais inquietante, esconde nosso poder de amar e sentir compaixão.


Mas temos medo de que? Dentre muitos, do futuro. De nele não conseguir viver, ficar sem casa, comida, saúde, trabalho, família, filhos, amigos, liberdade de escolha, etc, etc, etc. Medo de tudo que está lá na frente.


Toda essa insegurança atormenta a nossa noção de realidade, não nos encoraja a descobrir nossos talentos e muito menos a encontrar nosso papel como um ser social perante o coletivo e a sentir a verdadeira reponsabilidade por todos os outros seres. Vivemos em autoproteção zelando apenas pela soberania dos nossos interesses.


Dinheiro e Trabalho?

Pra complicar ainda mais, a criação do Dinheiro instituiu uma crença de que acumulá-lo é a fórmula secreta para ser feliz e se salvar de todos os medos do futuro e pronto, seus problemas acabaram! Issaaa!!!


Juntamente com o dinheiro, veio a forma de ganhá-lo: o Trabalho. Ao agregarmos a recompensa do dinheiro pelo trabalho, nossa maior motivação e dona de nossas decisões se tornou conseguir mais dinheiro e estabilidade, no trabalho. Isso quer dizer ter lucro, encontrar formas para que alguém pague pelo que você ou sua empresa oferecem independentemente da necessidade.


O trabalho é a base do nosso relacionamento social. Somos seres sociais e é por meio dele que praticamos o nosso talento por toda a vida. Ele enobrece o homem. Até porque ninguém, que eu conheça, é 100% autossustentável pra cultivar seu alimento, coletar sua água, ter filhos, construir sua casa, cuidar da saúde e se entreter. Sendo tudo isso provindo diretamente da natureza.


Acredito que particularmente nesse ponto, do Dinheiro e Trabalho, unido ao elemento Poder, acidentalmente inventamos o ser humano de hoje, inconsciente, orientado pelo ego e ludibriado pelo medo.


Minuto de silêncio para reflexão. Isso faz algum sentido pra você?

Porque a Consciência tem que ganhar?

A Consciência nos torna presentes, conectados com o coletivo, abertos a enxergar no agora o que está certo, o que está errado, qual a minha motivação, a minha responsabilidade e o que eu poso fazer.


Acredito que ela consegue nos mostrar que o luxo exagerado é uma invenção injusta enquanto existir uma realidade que pessoas moram numa favela sem água limpa.


Ela pode nos fazer enxergar quão errado são pessoas que baseiam suas decisões pra ficar mais rico enquanto hoje existem mães solteiras que contam todo o dinheiro que têm (o que ganharam no dia) pra conseguir comprar alguma comida pros filhos.


Ela pode revelar que corrupção é uma covardia desumana e exaltar a vergonha em qualquer um que apenas cogitar praticá-la.


Essa Consciência não é um milagre, ela existe e todos nós a temos. Precisamos crer para ver. É acreditar, se abrir e ela pode aparecer.


Mas como encontrar a Consciência?

Sendo questionador, se perguntando se aquilo está certo. Por mais que seja algo que pareça “normal”, aceitável e que você o faça há vinte anos, pergunte. Duvide, repense, dentro de você existe essa sabedoria.


Tenha cuidado com os conflitos de interesse. Estamos suscetíveis a intenções nem sempre puras e corretas, então ainda é preciso estar atento. Filtre as notícias que lê, os comentários que escuta e as imagens que vê. A maioria dos meios de comunicação são politico e socialmente tendenciosos e redes sociais despejam milhões de opiniões infundadas a cada minuto.


Negue sua máquina de desculpas para justificar seus erros cotidianos, como: “ah, fazer o que…” “faz parte…” “é assim mesmo…” “não posso fazer nada…” “cada um com seus problemas…” “não é culpa minha…” “ninguém vai saber…” “só dessa vez…” “tô sem tempo…” “nada é por acaso…” “cada um tem o que merece…” etc etc etc…


São apenas fugas para continuar na facilíssima e inconsciente zona de conforto sem precisar fazer nada.


Se conecte e pratique empatia. Olhe nos olhos dos outros, queira compreender as dificuldades e as alegrias parte da vida deles. Se abra para ver a realidade desse mundão.


Tenha interesse em aprender. Hoje com a internet (que ainda é um privilégio de poucos) isso é muito simples, procure conhecer o que você gostaria, mas não sabe.


Trate bem seu tempo livre pra você. Usá-lo pra ver um reality show que ridiculariza seres humanos pelo ibope, um site que te incentiva trair seu parceiro e filmes-novelas que poluem a cabeça com irrealidades e desejos maléficos não contribuem pra Consciência.


Como cumprirei esses meus desejos pra 2016?

Quero praticar ao máximo essas buscas à Consciência, é um desafio pra qualquer um. Depois de décadas fazendo as mesmas coisas do mesmo jeito é um choque de paradigmas apertar o reset.


Quero estar mais próximo dos outros, valorizando e respeitando as diferenças para aprender sempre. Quanto mais diferentes forem a idade, sexo, herança genética, personalidade, crenças e escala pessoal de sucesso atingido, melhor. Diversidade!


Por último, quero sempre acreditar na energia do bem e ser positivo para qualquer situação que apareça. Vou conseguir!


Por isso continuo torcendo pra Consciência Coletiva em 2016 e cada vez mais!


Felipe Brescancini Think Twice Brasil

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